MENINO PRODIGIO (Ari lobo)
La em casa nasceu um menino homem/
Já escolhi seu nome, vai ser Jeová/
Tá faltando os padrinhos, eu vou convidá/
Gente nobre do Catete presidênciá.//
Ele tem um nó na goela, é siná de home./
Ele tem um nó na goela, é siná de home.//
Não há babá que suporte lidar com ele/
Porque o menino é forte, faz dela brinquedo/
O garoto é manhoso quando avista a avó/
Eu tô ensinando a ele jogá futebó.//
Creio que ele vai ser um grande artilheiro/
Na seleção brasileira, na Copa do Mundo/
Vai ser primeiros seis segundos pra cabeceá/
Chuta forte com os dois pés, correr e driblá.//
Nessa altura minha gente devo melhorá/
Meu filho tendo dinheiro, eu posso luxá/
Vou andar cadilac pra lá e pra cá/
E morar num palacete lá em Paquetá.
ILHA DO MARAJÓ (Antonio Brasil/ Nilza Brasil)
Zito Borborema
Recebi um telegrama/
Do meu velho pai/
Me pedindo pra voltar/
O meu pai é fazendeiro/
Na ilha do Marajó/
No estado do Pará.//
Falaram para o meu pai/
Que aqui na Guanabara/
Eu vivo mal/
E ando perambulando/
Pela praça da Central/
E moro com Marieta/
Em um barraco abandonado/
Lá em Marechal.//
Meu pai ficou preocupado/
Não dorme mais sossegado/
Só pensando em mim/
E as palavras que vem/
Em seu telegrama/
São mais ou menos assim://
Volte meu filho pra negociar na venda/
Tomar conta da fazenda, do gado e dos seringais/
Não sofra mais e por favor, veja o que faz,/
Só é feliz o filho que volta a casa dos pais.
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