segunda-feira, 1 de outubro de 2012

INVENTAR O INVENTOR

“Inventor do Bina disputa direitos autorais

Brasileiro diz que é o responsável pelo identificador de chamadas e vai à Justiça por reconhecimento de operadoras

Equipamento é motivo de disputas há 14 anos; para teles, aparelho é obsoleto e não se aplica às redes atuais

MATHEUS LEITÃO. NÁDIA GUERLENDA. DE BRASÍLIA

"Ser Steve Jobs ou Bill Gates nos EUA é fácil. Difícil é ser o Nélio Nicolai no Brasil."

É assim que o homem que é considerado o "professor Pardal" de Brasília define o que considera sua luta "solitária" e "desgastante" em busca do reconhecimento da autoria de várias invenções.

Um dos inventos que constam de sua lista é usado no dia a dia pela maioria dos brasileiros: o identificador de chamadas, ou Bina.

Nicolai, 72, disse que o identificador foi construído no final da década de 70 em uma antiga máquina de calcular -nessa época ele era funcionário da Telebrás, empresa pública de telefonia, privatizada anos depois.

O invento é motivo de disputa judicial há 14 anos. Nicolai afirma que registrou o identificador pela primeira vez no início dos anos 80. A patente é de 1992. ...” (folhaSP)


“Em 1971 a Gillette lança a versão em duas lâminas: o Track II que no Brasil foi comercializado como Gillette G-II. Mas antes desta data, em 21 de agosto de 1967, um italiano residente no Brasil chamado Elia Garcea, apresentava junto ao então DNPI um depósito de patente (modelo industrial 192 269) intitulado: "Novo modelo de intercalador para lâminas de barbear", propondo um sistema de barbear baseado em lâminas duplas. O pedido foi tornado público em 10 de junho de 1970. O pedido contudo foi arquivado em 19 de dezembro do mesmo ano, por falta de pagamento da anuidade, não tendo sido concedida a carta-patente. Cerca de cinco anos depois, o titular requereu o desarquivamento do processo, o qual lhe foi negado.” (Sobre a propriedade do trabalho intelectual, Uma perspectiva crítica, A. Figueira Barbosa, Ed. UFRJ, 1999, página 112)

Uma das principais razões do baixo desenvolvimento tecnológico do Brasil é essa dos dois exemplos acima.