Flagrante do tempo em que árabes e judeus viviam em paz, 3 reis árabes comparecem a comemoração (baby shower) do nascimento de Jesus, um menino judeu, filho de José e Maria. Compareceram ao evento social: Belquior, Baltazar e Gaspar, Buda, Iemanjá, Tloque Nahuaque, Astartet, Ogum, Zeus, Tupã, Afrodite, (afinal não é todo século que nasce um deus e no nascimento de mais um, não poderiam faltar outros deuses para prestigiar a efeméride), duas vacas, dois burros, dois bodes, dois carneiros, dois porcos, um lhama e quatro galinhas. O feliz natal foi destaque em todas as colunas sociais daqui e do além. Os jornais “A Palavra Celestial”, “O Onipresente” e “Paradise News” circularam até com caderno especial. Por outro lado, nos jornais “Atualidades Infernais” e “Inferno Hoje”, registraram-se apenas notas depreciativas em canto de página.
Que patuscada esse negócio de Natal com neve e pinheiro? A última vez que nevou no Oriente Médio foi durante a última Era Glacial e a última folhagem que se viu naquele deserto foi a tal da sarsa ardente, um arbusto pegando fogo que falou com o Moisés e o pior é que ele respondeu. Se o JC tentasse entrar nos EUA hoje, cabeludo, barbudo, pardo, com aquele narigão adunco, de roupão e vindo da Palestina, iria parar nos calabouços do FBI.
(A gruta do presépio é um caso de xaxim. Armei esse presépio em 09/11/2004. O texto também é dessa data, e continua valendo)
