quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

PONTE-QUE-QAIU II

"CARTA CAPITAL, 12/01/2010
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Em Ilha Grande e Angra, há indícios de que os interesses privados – os “urbanistas” de fato das cidades brasileiras, segundo especialistas – prevaleceram de modo a abrandar as exigências ambientais para a construção civil. Foi nessa direção um decreto do governador do Rio, Sérgio Cabral, assinado em julho do ano passado, que permitiu a construção de casas e hotéis em zonas até então vetadas pela legislação, em uma área de proteção ambiental de 80 quilômetros do litoral e 90 ilhas próximas a Angra. O histórico de ocupações irregulares e em condições inapropriadas no litoral brasileiro não é, porém, de responsabilidade da administração atual, muito menos restringe-se ao litoral fluminense, onde os licenciamentos ambientais não são levados a sério. É o caso da Pousada Sankay, em Ilha Grande, construída na encosta de um morro, e que veio abaixo nas primeiras horas do ano por conta de um deslizamento de terra. A pousada, por sinal, é anterior à alteração legal.

No caso do Rio Grande do Sul, onde 13 rodovias tiveram de ser interditadas por causa das chuvas, faltou ao poder público verificar as estruturas da ponte sobre o rio Jacuí, de 314 metros e com mais de 40 anos de vida útil no momento da queda, conforme alegação de engenheiros civis nos dias seguintes ao acidente.
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