“Mediterrâneo consolida-se como a rota de migração mais mortífera do globo
Rachel Costa | Londres - 31/01/2015 - 08h00
Apenas no último ano, foram mais de 3 mil mortes, sendo a maior parte deles buscando sair de países em conflito, como os sírios, que representaram 25% dos casos
Em 2013, uma tragédia na qual 366 imigrantes perderam a vida durante o naufrágio de uma embarcação, próximo à ilha italiana de Lampedusa, chamou a atenção internacional para uma questão grave, mas até então fora dos holofotes: o crescente número de pessoas perdendo a vida no Mediterrâneo ao tentar alcançar o continente europeu. Naquele ano, estima a IOM (Organização Internacional para a Migração, em sua sigla em inglês), cerca de 700 pessoas morreram nesta rota.
Apesar das promessas de que uma nova tragédia não se repetiria, o ano de 2014 foi marcado por um naufrágio ainda maior – no qual cerca de 500 imigrantes morreram nas proximidades da Ilha de Malta – e pela consolidação do Mar Mediterrâneo como a rota de migração mais mortífera do planeta, com aumento de quatro vezes no número de vítimas, comparado com 2013. Em 2014, duas a cada três mortes em rotas de migração registradas pela IOM ocorreram na região, totalizando 3.279 mortos. Comparativamente, a segunda rota mais perigosa, o Golfo de Bengala, na Ásia, vitimou 540 migrantes.”