MULHER, NEGRA E POBRE
"DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Ser negra e mulher, a discriminação dupla no Brasil
Uma rapper, uma professora e uma costureira combatem as estatísticas que fazem das negras o grupo mais vulnerável no Brasil
BEATRIZ SANZ
São Paulo 8 MAR 2017 - 16:27 CET
Situações cotidianas como ganhar uma boneca na infância, dançar quadrilha na escola ou comprar e uma meia fina sempre foram mais complicadas para Maria Lucia Archanjo. Nascida há 59 anos em Jundiaí, na grande São Paulo, Maria Lucia se recusava a participar dos festejos juninos antes mesmo de ser convidada, pois tinha medo de ser rejeitada pelos meninos devido a sua cor. Na juventude, quando ela e as irmãs queriam sair precisavam tingir a meia fina. “A gente colocava ela de molho no chá mate pra ficar da cor da nossa pele”, conta ela, que é costureira e montou uma oficina em casa. A falta de identidade num país onde a maioria das mulheres são negras a incentivou a militar no movimento negro desde a década de 1980 na região de Jundiaí. De lá para cá, muita coisa mudou, outras nem tanto.
No Brasil, um homem negro ganha 40% a mais do que uma mulher negra. Se comparado a uma mulher branca, a diferença é ainda mais acentuada: uma branca recebe 70% a mais do que uma negra.
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http://brasil.elpais.com/brasil/2017/03/07/politica/1488916467_379104.html
Todas as vítimas da sociedade tem seu dia comemorativo, já repararam? Por conta disso espero que os viados e os sapatãos, pederastas, pedófilos não venham reivindicar um dia para eles. Agora, os opressores da sociedade não tem dia deles, corruptos, banqueiros, empreiteiras, e se tiverem é sarcasmo, ironia, escárnio e gozação.
Ele foi Senador da República, que diferença dos senadores de hoje.
"Rui Barbosa e sua visão crítica de Canudos" (trechos)
"Mas o ensinamento sobre todos precioso que resulta dessa tragédia, consiste na surpresa desse Brasil misterioso, desconhecido ao mundo oficial, que os sertões do Norte nos acabam de revelar na fibra dessa raça talhada para competir com as mais fortes da terra, e na amostra das insuperáveis dificuldades com que deve contar o poder ou anarquia nos caprichos de suprimir pela força a vontade do país. Supunha-se que esta nação só se compusesse da população híbrida, invertebrada e mole das cidades; mas o deserto revoltado nos fez sentir na medula do leão a substância de que se fazem os povos viris. Mas ainda outra coisa se viu: para debelar um arraial, defendido pelo frenesi de um núcleo de homens decididos a se matarem pela visão de um falso direito (?), foi mister um exército. Calculem agora quantos exércitos seriam necessários semear neste país, para lhe impor o cativeiro, imaginem se há reações militares, que não desapareçam ao sopro do direito popular, quando a nação levantada tiver consciência, a vontade e a coragem da sua soberania."
"A lição, quanto aos vencidos, está na seriedade dos nossos deveres para com essas populações entregues pela indiferença brasileira aos instintos agrestes do aborígine, está na necessidade, a que cada vez menos atendemos, de fazer menos política, de cultivar menos paixões, e pensar mais nos grandes reclamos do nosso progresso, está em que não podemos aspirar a reputação de povo civilizado, esquecendo completamente a instrução, a moralização, a cristianização(?) desses ramos vigorosos e (palavra ilegível) da nossa própria família esparsos em regiões incomensuráveis, que só conhecem o arado eleitoral......".
http://www.migalhas.com.br/especiais/13_09_02_rui.htm