Uma empresa contrata outra empresa para contratar os funcionários dela!!! Isso é mais uma invenção estapafúrdia para burlar os trabalhadores, o fisco e a CLT.
A empresa terceirizadora vai contratar empregados com salários muito abaixo aos praticados pelo mercado, e esse salário muito menor só vai atrair candidatos muito menos qualificados e desesperados pelo desemprego que essas empresas e esses políticos produziram.
Terceirização é escravização do trabalhador, é aviltamento, achatamento salarial.
Os corruptos - governo e empresas - continuam querendo resolver a incapacidade competitiva deles adotando a política adotada pela Revolução Industrial onde os trabalhadores tinham jornadas de até 18 horas em condições precárias de insalubridade.
Tem coisas que não mudam nunca...
"É de pió a pió/ É de pió a pió/ A cantiga da perua é uma só//
Andam dizendo/ Que o progresso vai chegar/ Que a coisa vai melhorar/ Quando o homem for pra lua/ Mas a verdade crua/ Que a situação da vida/ Ta ficando parecida/ A cantiga da perua."
"A maçã não era o fruto proibido
Publicado por Manuel S. Fonseca
Como sou um agnóstico um bocado para o beato, de vez em quando lá dou um mergulho na minha Bíblia de Jerusalém, nona edição revista das edições paulinas. Se começo no princípio é no princípio que acabo. O Génesis basta para me dar a volta à cabeça. Em 2.17 dou de caras com a primeira proibição: “Podes comer de todas as árvores do jardim. Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás.” E desde a tentação da serpente em 3.1, até terem comido o estranho fruto do conhecimento, abrindo-se a Adão e Eva os olhos e um ao outro se verem nus, em 3.7, o que fosse esse fruto é indiscernível no texto bíblico. Percebendo-se nus, tapam-se e tapam-se com folhas de figueira, quando seria suposto estarem junto de uma macieira.
Donde vem, então, essa maçã mítica que associamos à transgressão primordial? Toda a tradução é uma traição. Leio uma Rabi francesa, Delphine Horvilleur, e ela explica que, no século IV, a Vulgata latina, ao traduzir 2.17 por “lignum scientiae boni et mali“, dada a polissemia da palavra malum que tanto significa esse mal que (como o bem) Adão e Eva não deveriam conhecer, como significa maçã, abriu o maior equívoco botânico da história humana. Na Bíblia – no Génesis – não há maça nenhuma, golden ou bravo-esmolfe. Apenas o recurso a umas folhas de figueira depois de um homem e uma mulher terem tomado e comido de um fruto que era “bom ao apetite” e “formoso à vista”.
Um tradutor, a polissemia de uma palavra, e a literatura e a pintura do admirável mundo cristão encheram-se de serpentes e maças, da musical maçã dos Beatles à dentada maçã tecnológica que há minutos, no Nasdaq, estava a vender cada acção a 497.70."