segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PALESTINA


Império Ágade (Akkad emperor)

Os judeus eram (eram?) um povo nômade que vagava pelo norte dos desertos das hoje Arábia Saudita e Síria e depois de uma temporada fixa no reio de Mari, provavelmente expulsos, partiram em direção a Canaã (Palestina) e chegaram lá por volta de 1200 ac, quando já existiam na região cidades/ civilizações estabelecidas, caíram sobre elas como vândalos bárbaros e se apossaram de seu território. Portanto, Israel é o invasor.
Dia do Nakba, 15 de maio quando os Palestinos relembram seu êxodo, foram expulsos de suas terras por Israel em 1948 tornando-se refugiados em sua própria pátria, empossada pelos judeus.
Israel quer restaurar as fronteiras do império do Salomão. A tática é igual a que os EUA usaram para tomar territórios do México e o Brasil para tomar território da Bolívia: incentivar a alocação de cidadãos para depois usar como argumento para ocupar legalmente (?) esses territórios.
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“As Deportações em Mari
Filipe Caldeira1

Resumo: O presente trabalho aborda o fenómeno das deportações de grupos populacionais na Antiga Mesopotâmia, tendo como fonte a epistolografia mariota, Mari, no início do século XVIII a.C.
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Mari, anexada por Samsî-Addu em 1793 a. C.4, era então um ponto estratégico do ponto de vista comercial. Situada no Eufrates médio, a sua posição geográfica granjeava-lhe uma prosperidade económica, viável, nomeadamente, através do controlo e da cobrança de taxas sobre as caravanas comerciais que se cruzavam no seu território. Mas Mari era ainda um importante centro produtor de tecidos e cujo desenvolvido sistema de irrigação lhe permitia usufruir de uma considerável produção cerealífera (Kuhrt: 102-104). No entanto, tal situação acabava por fazer deste espaço um alvo da cobiça de regiões vizinhas5, designadamente, daquelas ocupadas pelos nómadas da estepe síria, problema com que Yasmah-Addu se debateu (Kupper, 1973). Aliás, uma das cartas (ARM V 27) deixa transparecer as perturbações com os nómadas Benjaminitas. Samsî-Addu aconselha Yasmah-Addu a reunir-se com Sîn-têrî para que discutam a possibilidade daqueles atravessarem o monte Bišri. É sintomático que Samsî-Addu acabe por reconhecer, por um lado, a inevitabilidade de danos causados pelos nómadas, por outro, uma certa fragilidade ou impotência de seu filho perante um problema desta natureza.
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“Os Hebreus
O povo hebreu tem o início de sua organização na Mesopotâmia. Segundo Jaime Pinsky, “Isso é contado na Bíblia e comprovado por diversas evidências. O hebraico é uma língua semita, pertencente ao mesmo grupo do aramaico e de outras faladas na Mesopotâmia, baseada em estrutura de raízes triconsonantais, uma particularidade delas. Notável mesmo é verificar a utilização de mitos mesopotâmicos entre os hebreus.” Mitos mesopotâmicos incorporados na teologia judaica, como o Dilúvio, a Epopéia de Gilgamesh. Da Mesopotâmia os hebreus migraram para o território hoje conhecido como Palestina, sempre travando contato, usualmente belicoso, com seus vizinhos mais próximos desde tempos imemoriais.
Possivelmente uma seca muito grave na Região os tenha forçado a nova migração, desta vez para o Egito, ali se estabelecendo como um povo associado. Não há – fora dos textos considerados sagrados do judaísmo e do cristianismo – confirmação quanto ao fato de os hebreus de Goshen haverem, em algum momento, sido escravizados pelos egípcios. Fosse como fosse, estavam sujeitos à mesma tributação – que incluía o trabalho para o Estado – que os nativos de sua nova terra.”
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“A Palestina, sendo um estreito trecho de favorável passagem entre a África e Ásia, foi palco de um grande número de conquistas, pelos mais variados povos, por se constituir num corredor natural para os antigos exércitos.
Em meados do século XV a.C. a região é conquistada pelo faraó Tutmósis III, mas será perdida no final da XVIII dinastia, para ser novamente reconquistada por Seti I e por Ramsés II. Com o enfraquecimento do poder egípcio em finais do século XIII a.C., a região será invadida pelos Povos do Mar.
Um destes povos, os filisteus, fixa-se junto à costa onde constroem um poderoso reino. Contemporânea a esta invasão é a chegada das tribos hebraicas, lideradas por Josué. A sua instalação no interior gerou guerras com os filisteus, que se recusam a aceitar a religião hebraica.
As tribos hebraicas decidem então unir-se para formar uma monarquia, cujo primeiro rei é Saul. O seu sucessor, David (início do I milénio a.C.) derrota finalmente os filisteus e fixa a capital do reino em Jerusalém. Durante o reinado do seu filho, Salomão, o reino vive um período de prosperidade, mas com a sua morte é dividido em duas partes: a norte, surgirá o reino de Israel (com capital em Samaria) e a sul, o reino de Judá (com capital em Jerusalém).”
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“DE FINS DO II MILÉNIO A. C. A MEADOS DO SÉCULO XIX
Para melhor compreender a situação actual da Palestina, convém fazer um esboço da sua história a partir do II milénio a. C. A Palestina esteve organizada em cidades-estado sob a hegemonia egípcia durante uma boa parte do II milénio. A situação mudou nos últimos séculos desse milénio. Chegaram então à Palestina sucessivas vagas de imigrantes ou invasores vindos do norte e do noroeste, das ilhas ou do outro lado do Mediterrâneo. Os historiadores costumam designá-los com a expressão Povos do Mar. Esses povos parecem ter-se fixado sobretudo ao longo da costa. Os mais conhecidos entre eles são os Filisteus que se fixaram sobretudo no sudoeste (costa, oeste do Neguev e Chefela). Aí fundaram vários pequenos reinos (Gaza, Asdod, Ascalão, Gat e Ekron). Paralelamente aos reinos filisteus, constituiram-se primeiro o reino de Israel no norte da Palestina e depois o reino de Judá, mais pequeno, na zona de baixas montanhas do sul. Durante a maior parte da sua existência, Israel teve como capital Samaria. Hebron foi a primeira capital de Judá, mas depressa cedeu o lugar a Jerusalém.
Entre os antigos povos da Palestina, os Filisteus foram porventura os que maior influência exerceram até aos últimos séculos da era pré-cristã. Com efeito, não deve ter sido por acaso que o seu nome foi dado a toda a região, a Palestina, isto é, o país dos Filisteus. Com o sentido que se tornou habitual, o nome está já documentado nas Histórias do grego Heródoto em meados do séc. V a. C. Apesar da sua importância na antiguidade, conhecem-se muito mal os Filisteus e a história dos seus reinos. A razão óbvia dessa ignorância é a inexistência de uma biblioteca ou de bibliotecas filisteias comparáveis ao Antigo Testamento. Praticamente tudo o que se sabe ou se pensa saber sobre os Filisteus se baseia nos escritos bíblicos. Por conseguinte, a posteridade só conhece os Filisteus na medida em que eles estão em relação com Israel, com Judá ou com os judeus. Além disso, vê-os através dos olhos daqueles que foram os seus concorrentes, não raro os seus inimigos declarados. De facto, a posteridade, de maneira geral, não se interessa pelos Filisteus nem os estuda por si mesmos, mas só por causa da sua relação com a história bíblica. Tudo isso deformou a visão que se tem deles, do lugar que ocuparam e do papel que desempenharam, aparecendo os Filisteus como um elemento marginal na história da Palestina antiga. Esse erro de perspectiva influencia sem dúvida alguma a visão corrente que se tem da actual Palestina, da sua composição étnica e da sua situação política.”
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“No ano de 2350 a.C. a Suméria passa pela primeira vez a ser controlada por uma dinastia acadiana, ou seja, uma dinastia de origem semítica. Os textos antigos contam como um homem de habilidades extraordinárias, Sargão, conquistou e governou o território sumério. Acredita-se hoje que os acadianos eram povos vindos do norte (donde vem o nome de acádia para o norte da mesopotâmia). Sargão derrotou o rei Lugalzagesi, e o manteve enjaulado na cidade sagrada de Nippur, onde o rei deposto passava pelas maiores humilhações. As lendas mesopotâmicas diziam que Sargão teria sido colocado por sua mãe dentro de um cesto flutuando sobre o rio Eufrates quando bebê, tendo depois sido encontrado por um fazendeiro que o criou. Não se sabe como se deu sua ascensão política, mas parece que conquistou um cargo dentro do palácio da monarquia em Kish pouco antes de derrotar o rei de Umma.”
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(externado desde 230911)
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