terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

QALO ENQRAVADO



UM CALO DE ESTIMAÇÃO (José Gonçalves, o Zé com Fome ou Zé da Zilda/ José Tadeu)

(Teresa Cristina e Pedro Miranda)

Ai, Zé, você pisou na minha unha encravada ai, que dô danada!
coitada, a Zilda tem razão sabe lá o que é um calo de estimação?

Eu tenho um calo que parece gente/
quando chega o tempo frio ele faz um tempo quente/
mas esse calo só falta falar/
ele adivinha até quando o tempo vai mudar/
já me ensinaram prá arrancar com alicate/
prá botar tomate e pimenta de cheiro/
tenha paciência, dona Margarida/
eu não sou comida prá levar tempero./
Ai, não me pise no calo!/
quanto mais eu falo, mais você me pisa/
por causa deste calo estou lhe avisando/
eu acabo rasgando a sua camisa/
ora, deixe de bobagem, mude de conversa/
não me rasgue a camisa, que eu só tenho essa/
quem sofre de calo não enfrenta a lua/
deixa os pés em casa quando vai prá rua.