quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

SAI O BRANQO, ENTRA O NEGRO

"Os problemas da África do Sul, 20 anos depois da libertação de Mandela

France Presse
Publicação: 09/02/2010

JOHANNESBURGO - A libertação de Nelson Mandela, em 11 de fevereiro de 1990, precipitou a queda do apartheid e abriu caminho para a instauração da democracia na África do Sul. Vinte anos depois, o país continua lutando contra enormes desigualdades e a impaciência que domina os bairros pobres.
Em 1990, "a esperança era enorme, pensávamos que era o início de uma nova era. Este otimismo diminui muito", estima Moeletsi Mbeki, do Instituto Sul-Africano de Relações Internacionais.
Do ponto de vista político, a mudança é radical. As leis de segregação foram abolidas, a democracia multirracial está consolidada e o país adotou uma das constituições mais liberais do mundo.
Desde 1994, o Congresso Nacional Africano (ANC), partido de Mandela, venceu com folga todas as eleições. A antiga formação de combate ao regime de dominação branca defende a reconciliação, e apesar de suas raízes históricas na esquerda, se esforça para tranquilizar o mercado financeiro.
Esta estratégia permitiu que o país avançasse com forte crescimento até o ano passado, transformando a África do Sul no gigante econômico do continente e permitindo a criação de programas sociais que hoje beneficiam 13 dos 48 milhões de sul-africanos.
Por outro lado, o processo de redistribuição de renda não foi tão bem sucedido, e os excluídos do antigo regime apenas melhoraram um pouco sua situação atual.
Apesar da emergência de uma classe média negra, chamada de "os diamantes negros", a grande maioria da população ainda sofre com o desemprego e a pobreza.
Segundo um relatório recente divulgado pelo governo, as disparidades não param de crescer. A renda mensal média dos negros aumentou 37,3% desde 1994. No caso dos brancos, porém, o salto foi de 83,5%.
Embora o governo tenha melhorado o acesso à água e à energia elétrica, ainda há muito a fazer nos enormes subúrbios do país, onde 1,1 milhão de famílias ainda vivem em barracos.
"O ANC triunfou onde pensava que fracassaria: na gestão de uma economia moderna", destacou Frans Cronje, do Instituto Sul-Africano de Relações entre Raças. "Mas os setores considerados seus pontos fortes - a melhoria das condições de vida, a educação e a luta contra a criminalidade - são um fracasso".
Em consequência, "a cólera nas comunidades negras pobres aumenta rapidamente, e os resultados do partido no poder decepcionam cada vez mais", acrescentou.
Consciente destas tensões, o chefe do ANC e atual presidente, Jacob Zuma, fez uma campanha eleitoral no ano passado dirigida diretamente aos mais pobres. Nos meses que se seguiram a sua chegada ao poder, em maio, os "townships" o lembraram de suas promessas, com manifestações violentas para denunciar a corrupção e a ineficácia do poder público local.
O presidente deve aproveitar o vigésimo aniversário da libertação de Nelson Mandela para reafirmar sua determinação de transformar o país, em um discurso à nação pronunciado no Parlamento."

Polisiais "NEGROS" diparam balas de borraxa e bombas de gás laqrimojêniqo qontra manifestantes "NEGROS" que protestavam qontra a situasão de mizéria em que se enqontram na África do Sul. Êse foi o maior golpe dos "branqos" da África do Sul, entregaram o povo "negro" para o povo "negro" e fiqaram qom o dinheiro.