sábado, 28 de maio de 2011

+ 1 GENOCÍDIO YANKIE

“Reprimindo os muçulmanos

Apesar do presidente Theodore Roosevelt, celebrando o início do seu mandato, ter dado a guerra filipina por encerrada em 1902, e de Aguinaldo ter sido capturado um ano antes, em março de 1901, os combates ainda continuaram por mais onze anos. Um dos mais terríveis episódios dessa guerra colonial, a mais longa que os Estados Unidos enfrentaram em toda a sua história (estendeu-se de 1899 a 1916), ocorreu na batalha de Bud Dajo, que, na verdade, foi uma campanha de massacre contra a população civil da pequena ilha de Sulu, ao sul do arquipélago filipino. Os muçulmanos filipinos, chamados de moros (mouros), apesar de serem minoria - eram largamente majoritários na área da ilha de Mindanao e adjacências -, esperavam que com a chegada dos americanos lhes fosse assegurado um estatuto especial. Queriam autonomia e total separação da parte católica do arquipélago, com quem estavam quase sempre em desacerto. Nada disso, entretanto, obtiveram. Os americanos, em nome da integridade política filipina, ao ocuparem a Mourolândia (como se chamava a região autônoma dos muçulmanos), trataram logo de aplicar as exações fiscais sobre a população local. Deu-se então, em repulsa aos impostos, a insurreição dos tuasugs, como os habitantes daquelas ilhas se chamavam, liderada pelo sultão de Jolo, Jamalul Kiram II. O general Bates, encarregado pelo governo de convencer o sultão a aceitar o domínio americano, altercando-se com o chefe nativo, disse-lhe que estranhava a negativa dele em aceitar a proteção de uma nação "tão rica e poderosa" como eram os Estados Unidos da América. O sultão respondeu-lhe com uma outra pergunta: "Por que", indagou ele, "sendo o seu país tão rico e poderoso, ele deseja tomar um lugar como o nosso?"

O massacre de Bud Dajo

No alto da ilha Sulu, imponente, estava o vulcão Dajo (Bud Dajo), local escolhido pelos tuasugs para se defenderem das tropas americanas desembarcadas, comandadas pelo coronel J. W. Duncan, que foram enviadas para reprimi-los. Os nativos, armados com lanças e espadas de madeira e mais alguns trabucos, imaginaram poder enfrentá-las por um bom tempo ocupando a cratera do vulcão extinto, atrás de uma cerca de bambus. Apoiados por peças de artilharias e mais um barco de guerra que estava ancorado perto do litoral, três colunas de soldados americanos, num total de 790 homens, subiram em direção ao Bud Dajo. As ordens do general Leonard Woods eram "matem ou capturem esses selvagens". O coronel Duncan, porém, principiando o ataque no dia 5 de março de 1906, as reservou para o assalto final à baioneta. Enquanto isso, um surtido fogo de artilharia, disparado a curta distância, dizimou com os resistentes. Os moros haviam levado junto suas famílias, o que fez com que as explosões e estilhaços que choveram sobre eles ceifassem a vida das mulheres e das crianças que estavam dentro da cratera. Depois de dois dias de bombardeio, 900 corpos foram contados dentro do matadouro que virara o Bud Dajo. Na contagem final viu-se que somente seis deles sobreviveram.”
(educaterra)

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Confrontados com uma guerra de guerrilha apoiada pela vasta maioria da população, os militares americanos responderam a isto através do reagrupamento das populações em campos de concentração, incendiando aldeias (os filipinos por vezes eram forçados a carregarem a gasolina utilizada para incendiar as suas próprias casas), enforcamentos em massa, seccionamentos a baioneta de suspeitos, violação sistemática de mulheres e crianças e tortura. A mais infame técnica de tortura, usada reiteradamente nesta guerra, era a chamada "cura de água". Grandes quantidades de água eram despejadas à força nas gargantas dos prisioneiros. Os seus estômagos ficavam então salientes de modo que a água era expelida a três pés de altura "como num poço artesiano". A maior parte das vítimas morria não muito tempo depois disso. O general Frederick Funston não hesitou em anunciar que havia pessoalmente enforcado um grupo de 35 civis suspeitos de apoiarem os revolucionários filipinos. O major Edwin Glenn não viu qualquer razão para negar a acusação de que ele fizera um grupo de 47 prisioneiros filipinos ajoelhar-se e "arrepender-se dos seus pecados" antes de cortá-los a baioneta e levá-los à morte. O general Jacob Smith ordenou às suas tropas que "matassem e queimassem", a alvejarem "todos os grupos superiores a dez" e a transformarem a ilha de Samar "num imenso deserto". O general William Shafter, na California, declarou que poderia ser necessário matar a metade da população filipina a fim de proporcionar a "perfeita justiça" à outra metade. Durante a Guerra Filipina os Estados Unidos inverteram as estatísticas de baixas de guerra normais — habitualmente há muito mais feridos do que mortos. Segundo estatísticas oficiais (discutidas em audiências no Congresso sobre a guerra) as tropas americanas mataram 15 vezes mais filipinos do que os feriram. Isto confirma frequentes relatos de soldados americanos de que combatentes combatentes filipinos feridos e capturados eram executados sumariamente no local.
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http://resistir.info/mreview/editorial_mr_nov03.html
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