O Roberto Carlos passou a vida dele toda batalhando e construindo o nome dele, é u’a marca, uma grife, como se registrada, registro de parente, seu nome pertence a ele e seu usufruto, é propriedade dele. Nos EUA o símbolo desse registro, copyright, é um C dentro de um círculo parecido com @, no Brasil um R dentro de um círculo parecido com @, também. Para alguém se utilizar o nome dele ganhando ou não dinheiro com isso, tem que ser autorizado pelo detentor da marca, é justo. Nos EUA, ainda, os escritores e cineastas tem que pagar pelo direito de escrever biografias e fazer filmes contando a vida dos famosos, até mesmo assassinos no corredor da morte. O nome de uma pessoa famosa é como u’a marca de carro, de bebida, o nome de fantasia de algum produto, portanto...
Nessa celeuma recente, tem que considerar outras coisas, como por exemplo os fatos de que o ECAD paga u’a miséria prus artistas, as gravadoras ficam com a parte do leão, o governo com a parte da hiena, todo mundo dá uma mordida no resultado do esforço deles, é natural que eles como jogadores de futebol, ganhem honestamente o quanto puderem para enfrentar os baixos da carreira e a aposentadoria, o ostracismo. Não basta a pirataria? Que em última ou primeira análise foi o que fez o autor do livro “Roberto Carlos em detalhes”. Quando o Roberto fala em “vamos conversar”, acredito que está querendo dizer “vamos negociar o valor que vou receber pelo uso do meu nome”, se for isso, ele está coberto de razão. Mas, se esse “conversar” significa, também, censurar partes de sua vida pública, continuo pensando que não é correto, ele estaria forjando sua própria história projetando u’a imagem falsa, estaria lesando seus “consumidores” (fãs). Ressalvando-se que sua vida íntima atual deve ter um mínimo de privacidade, ninguém tem o direito de transforma-la em espetáculo da realidade (reality show), isso já é invasão até de domicílio, essa parte da vida dos famosos deve ser respeitada, senão vira um “O Show da vida” (The Truman Show).
Cobrar pela autorização não é vergonha nem pareceria usura, ganância, vivemos numa Democracia Capitalista, faz parte do jogo aceito pela maioria. O erro deles e dos outros do “Procure saber” foi justamente esse, deviam ter falado claramente e não haveria todo esse charivári. Dai a César o que é de César.
No caso do Roberto Carlos esse problema é mais sentido porque se fosse feito um plebiscito para escolher qual o artista, de todas as áreas, mais proeminente do Brasil, certamente seria eleito o ”Artista do século do Brasil”.