domingo, 10 de novembro de 2013

O XÕ DO DIVINO

Deus não é um consórcio que se pague prestações mensais e receba um bem ao final. O teu Eu está dentro de ti, os deuses em quais crês, também. Deus te julga pelo que vai em tua cabeça e não em tua língua. É inútil e um tremendo desperdício de tempo e esforço assistir missa todo dia ou domingo; rezar louvores e preces; exibir medalhinhas e santinhos; estampar frases de efeito em camisetas; propagandear postes em redes sociais; tudo isso é vão tanto quanto tomar seu santo nome. Quem procede das maneiras descritas acima, pensa que deus é uma chantagem, um escambo, um troca-troca, um contratante, conchavo, é dando que se recebe, isso é corrupção religiosa, o Paraíso não está a venda. Todo esse pessoal que age assim, está conquistando o contrário, uma entrada VIP para o Inferno, é por isso que lá está lotado enquanto o Paraiso tem lugar sobrando a vontade. O que o deus judeu quer é ausência de malícia, de premeditação, de ações calculistas e interesseiras visando levar vantagem mais a frente, premeditação. Para salvação essas coisa humanas e terrenas não tem valor, o que salva é a pureza de sentimentos e intenções, a espontaneidade, a natural boa índole.

O verdadeiro dogma do Cristianismo não é a ressurreição do Jésus, mas sim o significado de: “Bem aventurados os pobres de espírito, deles é o reino dos céus” e “Deixai que venham à mim as criancinhas”. Essas duas frases que colocaram na boca dele (adoro um cacofáto), é a pista que ele ofereceu para solucionar suas charadas e contradições bíblicas. O sentido se resume exatamente no que está explicado no texto acima. Para compreender melhor, no filme “Amadeus” sobra vida e obra do Wolfgang Amadeus Mozart, numa cena o medíocre compositor Antônio Salieri que deu o tremendo azar de jogar, NÂO, de ter emprego na mesma corte que o Mozart também arranjou. O Salieri que vivia louvando e dedicando suas composições ao deus judeu, teve a vida frustrada e amarga por não conseguir compreender como o seu deus a quem ele tanto se dedicava, privilegiava o seu colega que era depravado, devasso e sem caráter ou moral, o deus o agraciava com talento humilhante e diabólico. Pelo menos nesse filme.

Outro exemplo é o quadrinho “Um contrato com Deus”, do Will Eisner, onde o personagem, um judeu velho, fazia tudo que mandava a lei de deus e em troca esse deus lhe daria uma vida boa e salvação eterna, mas eis que não mais que de repente esse deus tão adorado lhe arranca a vida de sua filhinha criança, foi o que bastou para sua martirizante revolta. Ele também pensou que deus era um caixeiro viajante.

São insondáveis os desígnios dos deuses.