"Como Schopenhauer, Nietzsche em sua juventude se interessou pelas várias filosofias que florescem na Índia.
Herdeiro de uma longa tradição espiritual voltada ao conhecimento pessoal, Ramana Maharshi talvez tenha sido o último “grande guru” a trabalhar com o instrumento que nos torna humanos: a mente. Ramana estimulava seus discípulos a perguntarem a si mesmos: “Quem sou eu?” Quando soube que tinha câncer, tranquilizou-os dizendo: “Não vou a lugar nenhum. Para onde poderia ir?”
Aqui Nietzsche compara a conquista da mente a uma abelha voando em direção à colmeia para colher o mel mais puro. Maharshi descrevia da seguinte forma a viagem às profundezas do nosso interior:
Assim como o pescador de pérolas prende uma pedra na cintura e desce ao fundo do mar para buscá-las, cada um de nós deve se munir de desapego, mergulhar dentro de si mesmo e encontrar sua pérola.
Para encontrar essa pérola não é preciso peregrinar à Índia nem se entregar a complexos exercícios espirituais. Basta olharmos tranquilamente para o nosso interior”.
Quando se deseja conhecer a si, muitos fazem longas viagens pelo seu país ou para o exterior, inutilmente, o único lugar onde poderá se encontrar e se conhecer é o seu interior, e para conhecer a si, nem precisa se mexer, até mesmo deitado em sua cama pode fazer longas viagens ao seu interior, é onde vai se encontrar. Se viajar para outros lugares longínquos ou não, estará viajando para o seu exterior sem necessidade, pois seu interior estará onde seu corpo estiver.
Não precisas viajar para lugares exóticos para te encontrares, podes te encontrar até deitado em tua cama, na verdade esse é o melhor lugar para te procurares, estarás bem relaxado.
Para tu te achares tens que te procurar no teu interior e não no teu exterior, porque teu exterior é elaboração.
Tu só vais te encontrar no teu interior, o teu Eu está dentro de ti e não fora.