— Por que fazemos isso, Martim? Quero dizer, estas viagens pelo espaço. Sempre viajando. Sempre procurando. Sempre tensos, nenhum repouso.
— Talvez estejamos procurando paz e calma. Certamente não há muito disso na Terra – Respondeu Martim.
— Não, não há – o capitão ficou pensativo, contida agora a irritação.
– Não, desde Darwin, hem?
Não, desde que foi tudo por água abaixo, tudo aquilo em que acreditávamos, hem? O poder divino e tudo aquilo. Então é por isso que você pensa que viajamos entre as estrelas, hem, Martim? Procurando as nossas almas perdidas, será isso? Tentando escapar do nosso perverso planeta em busca de outro melhor?
— Talvez, senhor. Certamente procuramos alguma coisa.
...”
(“Uma sombra passou por aqui”, Ray Bradbury)