Mas não fazia bem?
03/03/2009 18:50
Uma dose por dia aumenta risco de câncer em mulheres
DRINQUES PERIGOSOS
5% dos casos de câncer em mulheres nos Estados Unidos estão associados ao álcool
A maior parte dos casos é de câncer de mama, fígado e reto
Dezenas de pesquisas, nos últimos anos, apontaram benefícios naquela taça de vinho junto com as refeições ou no fim do dia. O resveratrol, substância da casca da uva, é associado a inúmeras ações, como o combate ao infarto, ao envelhecimento e até ao mal de Alzheimer. Mas eis que chega a má notícia: mesmo uma dose diária de álcool seria suficiente para aumentar o risco de câncer entre as mulheres. É o resultado de um estudo da Universidade de Oxford que será publicado na íntegra em março na revista Journal of the National Cancer Institute.
Foram coletados dados de 1,28 milhão de mulheres entre 50 e 64 anos – a maior amostra já usada em um estudo dessa natureza. Informações sobre o consumo de álcool e exames clínicos eram recolhidos a cada três anos. Desse total, 68 775 mulheres desenvolveram algum tipo de câncer, principalmente de mama, fígado e cólon. Entre as que também fumam é grande o risco de câncer na região da garganta e na boca. Com base nesses resultados, pesquisadores estimaram que 5% de todos os casos diagnosticados em mulheres nos Estados Unidos são causados pelo consumo de álcool.
As razões pelas quais isso acontece não estão claras. Uma possibilidade é que o álcool estimule inflamações dos tecidos. Mas os próprios pesquisadores admitem lacunas na pesquisa. Não se conseguiu fazer distinção das mulheres que bebem uma ou duas doses das que bebem seis ou sete. Alguns médicos estão preocupados com a possibilidade de o estudo assustar muitas mulheres, fazendo com que deixem de aproveitar os benefícios de um drinque ocasional.
Há duas semanas o Instituto Nacional de Câncer da França divulgou outro estudo desanimador tanto para homens como para mulheres. Beber uma taça por dia de qualquer bebida aumentaria em 9% o risco de câncer de cólon, em 28% o de esôfago e em até 168% o de boca, faringe ou laringe. Beber ou não, no entanto, é uma decisão pessoal baseada na própria história e nos próprios fatores de risco, disse Eric Rimm, da Faculdade de Medicina da Universidade Harvard, ao Washington Post. "A saúde não pode ser o único parâmetro. Algumas pessoas bebem por razões culturais; outras, por motivos religiosos."
Fonte: www.revistadasemana.com.br“
Como essa mulher, o câncer não é nem um pouco glamoroso. Essas não são a foto que ilustra o artigo.