(Cícero Nunes/ Sebastião Fonseca, gravada pelo Moreira da Silva)
(o último malandro, o rei do samba de breque)
“Esta cidade, que ainda é maravilhosa,/ Tão cantada em verso e prosa,/ Desde os tempos da vovó./ Tem um problema, vitalício renitente,/ Qualquer chuva causa enchente,/ Não precisa ser toró.//
Basta que chova, mais ou menos meia hora,/ É batata, não demora, enche tudo por aí./ Toda a cidade é uma enorme cachoeira,/ Que da Praça da Bandeira,/ Vou de lancha a Catumbi.//
. Que maravilha, nossa linda Guanabara,/ Tudo enguiça, tudo para,/ Todo o trânsito engarrafa./ Quem tiver pressa, seja velho, seja moço,/ Entre n’água até o pescoço,/ E peça a Deus pra ser girafa.//
Por isso agora já comprei minha canoa,/ Pra remar nessa lagoa, cada vez que a chuva cai,/ E se uma boa me pedir uma carona,/ Com prazer eu levo a dona,/ Na canoa do papai.
(breque)
-- Mas que toró, vou meter uma roupa de escafandro pra atravessar a lagoa.”.
“Moreira da Silva Cidade Lagoa – Enchentes”
http://www.youtube.com/watch?v=D5t4crQNdt4
Éigüa, enchente no Rio de Janeiro já era coisa velha no tempo do Moreira da Silva, enchente na Cidade Maravilhosa é mais antigo que o tempo em que o Rio era Guanabara. (Cabano, 18 de janeiro de 2010)