“O dia em que o Brasil do general Figueiredo disse NÃO à Copa do Mundo de 1986
Na verdade, o núcleo duro do governo nunca chegou a trabalhar com a possibilidade de receber a Copa. Mesmo que Giulite - um "homem da revolução" com bons contatos entre os militares - lutasse muito e clamasse ajuda aos ministros próximos a ele. Mesmo que mais de 100 deputados federais assinassem um abaixo-assinado defendendo a realização do evento, Figueiredo estava irredutível. Para justificar a decisão à população, o general encomendou um estudo ao ministro do Planejamento, Delfim Netto. Entre as conclusões, além da situação econômica, o preço dos ingressos incompatíveis com o poder aquisitivo de classes mais baixas e a preocupação em não comprometer o governo seguinte deixavam claro o que deveria ser feito. Como o presidente não era afeito ao contato com a imprensa, ficou a cargo do porta-voz, o diplomata Carlos Átila, comunicar à nação o ponto final no assunto.”