domingo, 29 de dezembro de 2013

UM FENÔMENO CHAMADO FUTEBOL

O Garrincha era melhor, mas uma das coisas do Pelé é que ele é o único jogador do mundo que é comemorado até pelos gôus que ele não marcou, que não fez porque chutou errado. Entende?

Acho errado chamar o Ronaldo de Fenômeno, fenômenos eram o Garrincha e o Pelé, principalmente quando jogavam juntos. Mais um que merece o epíteto, pelo menos durante uma copa, a de 58 foi o Just Fontaine que marcou 13 vezes em uma só edição desse torneio quando o Ronaldo precisou de 3 para carcar 15 gôus, só 2 a mais que o marroquino Just. E olha que a Copa 58 foi a copa do Garrincha e do Pelé. Só para ter uma proporção aproximada, em 1958 o Pelé fez 6 gôus e o Garrincha preso pelo esquema na ponta direita, na Copa de 62 o Garrincha se soltou e fez 4.

O Pelé fez questão de marcar o milésimo gôu em cima do Viasco para se vingar porque foi descartado numa peneira no clube da Creolina, NÂO!, Colina.

O Pilí é o único jogador brasileiro que participou de 4 Copas e venceu 3, MÂS, ajustando o foco, em 58, participou dos 4 últimos jogos; em 62 só participou do primeiro, do segundo jogo não aguentou a pressão e saiu "machucado"; em 66, com o Garrincha arruinado pelo Lídio Toledo e o Bosta-de-fogo, vivia se jogando em campo: -- Ai, seu juiz me bateram., finalmente, em 70, foi cortado pelo Saldanha Sem Medo porque estava velho, gordo e míope, mas a dita+-dura tirou o comunista sem medo e botou o lambe-saco Zégallo que pegou a Seleção de feras armado pelo João Sem medo e obrigou aqueles geniais jogadores, quase igualados a seleção de 58 a carregarem o pé-na-cova famoso. Felizmente as outras seleções desse torneio caça-níqueis relâmpago não eram tão boas.

Duas regrinhas básicas do esporte associação: quem se coloca recebe, quem pede tem preferência.

Resgate póstumo do goleiro Barbosa, goleiro, negro, feio, pobre, jogador de futebol numa época em que o goleiro era uma entidade amaldiçoada pelo próprio Satanás, tanto que na posição do campo em que ele jogava e não podia sair, nem nascia grama e tinha que ter infalibilidade papal, o único que não podia errar. Na Copa 50, faltou macheza no sentido de raça, garra e sangue frio, faltou um Didi que pegasse a bola depois do gôu fatídico do Ghiggia e calmamente, com passadas pausadas e firmes a levasse até o meio do campo e iniciasse a arrancada em direção ao empate ou vitória. E um Garrincha que fizesse de joão metade do time adversário e criasse heróis de qualquer outro jogador de seu time. Vergonha maior em 50, foi o time brasileiro perder em casa, de virada, diante de 200.000 patrícios, no maior templo do futebol do mundo construído para comemorar justamente o primeiro título mundial de Copa do Mundo de Futebol. O time brasileiro entrou de salto tão alto que mais parecia a Baixinha Notável, a Bomb shel dos yankies, na vase do já-ganhou que nem devia ter entrado em campo, bastava passar a mão na taça e ir comemorar. Como disse, faltou aos atletas brasileiros a macheza que transbordou nos corações e mentes dos uruguaios. Pelo menos duas outras coisas tem que sempre serem lembradas a respeito do futebol brasileiros, na Copa 58, teve a atitude desleal e extrafutebol, desleal, anti-jogo, equivalente a roubar o adversário, com a cumplicidade do juiz e em 1962, a virada de mesa em favor do Brasil no episódio com o Garrincha. Nessa copa de 62, o Mané tomou as rédeas do técnico e mostrou que ele era a soma de um Zizinho, mais um Pelé, mais um Zico, mais Maradona, mais Ronaldo, mais Romário. Por falar em Mané, toda vez que eu ouço chamarem os outros de "mané", eu me lembro do Garrincha, pelo que ele fez, quem chama os outros de "mané" é que é idiota.

Antes do jogo fatídico todo mundo fez tudo que era possível fazer para, involuntariamente, prejudicar o desempenho dos brasileiros em campo.

O Ghiggia devia ter um recorde registrado como o homem que mais fez gente chorar em tão curto espaço de tempo. Os brasileiros protagonizaram a batalha que não houve dos 11 brasileiros do Maracanazzo. A pizza foi entregue no endereço errado? Ou no endereço certo?

Se forem achar que algum jogador teve culpa isolada do Maracanazo esse alguém é o encarregado de marcar a lateral esquerda do Brasil onde o Gighia desceu em velocidade e foi chutar na cara do Barbosa sem ninguém que lhe obstruísse a verdadeira avenida que ele percorreu em tão pouco tempo e meteu a pelota de couro exatamente na brecha entre a trave e o Barbosa, o único que não teve nem uma culpa na consciência por esse gôu. E porque o resto do time não partiu pra cima e fez outro gôu no Uruguai? Frouxura. O Gighia e todo o time do Uruguai foram e são heróis do futebol mundial, venceram uma copa do mundo num país muito maior e muito mais rico, dentro do maior estádio de futebol do mundo construído para a vitória do time da casa. Foi uma façanha digna de um Davi contra Golias, da tartaruga cont4ra o coelho.

Para arrematar, os brasileiros tem que finalmente admitir, antes tarde do que nunca, que o time brasileiro era muito bom e perdeu nem tanto por culpa sua, embora também, entretanto, muito mais por méritos do time uruguaio que demonstrou no gramado ser melhor.

(anotações pendentes desde 271213)