A primeira constatação que lhe vai saltar a vista é o medo que muitos pedestres demonstram nas atitudes e no olhar ao atravessar a faixa quando deveria ser o contrário, deveria demonstrar medo, quando atravessasse fora da faixa.
A segunda é que esse comportamento é maior ou menor de acordo com a aparência de quem está atravessando a faixa, por exemplo, se tiver aparência de classe social considerada “inferior”, vai ficar com muito mais medo e frequentemente atravessar correndo, principalmente se for mulher, pois a irritação, falta de paciência e consideração é muito mais evidenciada e externada por muitos motoristas nesses casos, para os quais motoristas, tem-se a impressão que para eles o cidadão atravessando é um estorvo do qual necessitam se livrar o mais rápido possível pois o está atrapalhando e fazendo-o perder tempo. Já ouvi comentário de uma mulher – são as mais desconsideradas – que foi xingada porque estava atravessando andando a passo normal: “Tá desfilando?”, gritou o motorista. Provavelmente queria que ela atravessasse correndo esbaforida e apavorada. Noutro caso assisti à uma entrevista de uma motorista (uma mulher!) de São Paulo se não me engano, que ao passar por uma faixa onde ainda atravessavam pedestres, falou debochando sarcástica: “Olha o boliche!”. Por esses exemplos tem-se a ideia do conceito de muitos condutores de veículos automotores em relação aos transeuntes.
A terceira é que se alguém por imprudência atravessar fora da faixa, muitos motoristas consideram que isso é motivo para que eles tenham o direito por lei e "justiça", de atropelar o indivíduo, como se fosse uma licença para matar. A culpa de um atropelamento é quase sempre invariavelmente do condutor do veículo porque é o mais forte e é seu comportamento que determina a ocorrência do desastre, se dirigir com cuidado, atenção e respeito, evitará qualquer acidente.