sexta-feira, 1 de setembro de 2017

HAFEZ

Khwāja Šamsu d-Dīn Muḥammad Hāfez-e Šīrāzī (em persa: خواجه شمس‌الدین محمد حافظ شیرازی), conhecido por seu pseudônimo Hāfez ou Hafiz, foi um poeta lírico e místico persa, nascido entre 1310 e 1337 na cidade de Xiraz na Pérsia (Irão), filho de Baha-ud-Din.

Suas obras selecionadas (Divã) podem ser encontradas nas casas da maioria dos iranianos, que aprendem seus poemas de cor e os usam como provérbios e ditados até hoje. Sua vida e seus poemas têm sido objeto de muita análise, comentário e interpretação e têm influenciado a literatura persa pós-século XIV mais do que qualquer outra coisa.

Os principais temas de seus gazeis são o amor, a celebração do vinho e da embriaguez e a exposição da hipocrisia daqueles que se colocaram como guardiões, juízes e exemplos de retidão moral. Seus poemas líricos, são notáveis por sua beleza, por fruir do amor, pelo misticismo e por temas sufi que haviam permeado a poesia persa.

Sua presença na vida dos iranianos pode ser sentida através da leitura de Hafez (fāl-e hāfez, em persa: فال حافظ), uso frequente de seus poemas na música persa tradicional, artes visuais e caligrafia persa. Seu túmulo em Shiraz é uma obra da arquitetura iraniana e frequentemente visitada. Adaptações, imitações e traduções de poemas de Hafez existem em todos os principais idiomas.

https://www.youtube.com/watch?v=tNV44SEWAJY



No início, os pássaros não tinham o desejo de voar.
O que realmente aconteceu foi isto:
Certa vez Deus sentou-se perto deles tocando música.
Quando Ele partiu, eles sentiram tanto a Sua falta
que seu anseio fez asas brotarem neles,
necessitando vasculhar os céus.

Aborrecido?
Então fique comigo, pois Eu não estou.


Solitário?
Milhares de seres apaixonados e nus
habitam as cavernas antigas debaixo de 
Minhas pálpebras.

Riquezas?
Tome aqui um punhado,
todo Meu corpo é uma esmeralda que implora.
 
Eu aprendi tanto de Deus,
Que já não posso mais chamar-me
Cristão, Hindu, Muçulmano, Budista, Judeu.



Angelus Silesius