quinta-feira, 9 de abril de 2015

MULHER NEGRA, LEITE BRANCO

“A MULHER PRETA E O DESAFIO DA MATERNIDADE EM UMA SOCIEDADE RACISTA

Publicado em 2 de junho de 2012 por CENPAH

Os desafios das nossas ancestrais pretas se tornaram dores inextinguíveis com o surgimento do tráfico transatlântico e o sequestro de crianças, adolescentes e adultos. A separação causou sofrimento em milhões de mães africanas, este inimaginável aos nossos pensamentos, e a tristeza pairou em todo o período do sequestro, porque a separação do ventre materno: África: significou a separação de mães amorosas e filhos amados.

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Nesse ínterim, cria-se no Brasil um elaborado mito de maternidade: a Mãe Preta, uma mulher feliz que amamentava os filhos de senhores e foi ativa participante de um país sem racismo e poucos conflitos. A Mãe Preta da democracia racial de Gilberto Freire e seguidores.

Na realidade, a Mãe-preta foi uma mulher infeliz é obrigada a amamentar os filhos dos seus algozes, enquanto os seus filhos foram vendidos e os que ficaram sofriam de inanição, por pouco leito materno. Muitas escravizadas, as chamadas amas de leite forneceram lucros às boas famílias católicas ao terem os seus peitos alugados para amamentação de crianças brancas.”

Claro, “Casa grande & senzala” é a visão de um “branco”.

https://cenpah.wordpress.com/2012/06/02/a-mulher-preta-e-o-desafio-da-maternidade-em-uma-sociedade-racista/


Muito além da casa grande e da senzala.

Fotos “armadas” tentando demonstrar que as amas de leite escravas ou não estavam felizes com essa situação. Por outro lado os racistas portugueses europeus tiveram que engolir o leite branco das mulheres negras.

“'Amas mercenárias': o discurso dos doutores em medicina e os retratos de amas - Brasil, segunda metade do século XIX

RESUMO

Explora o tema das amas-de-leite em fotografias e teses dos doutores em medicina da segunda metade do século XIX. Os médicos de então condenavam o emprego indiscriminado de amas-de-leite e tentavam estimular a construção da imagem da 'nova mãe', que devia amamentar seus próprios filhos. Abordam-se a complexidade do assunto amamentação (por mãe, ama, animal ou objeto) na época e os problemas dele decorrentes para as partes envolvidas: o bebê branco, o bebê negro, a ama, a mãe do bebê branco, a família senhorial abrangente e os doutores em medicina. Destacam-se fotos de amas com crianças, em atitude que se pretendia 'positiva', a demonstrar harmonia e afeto e, aparentemente, em contradição com os debates que envolviam seu emprego.”

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59702009000200002&script=sci_arttext