domingo, 7 de setembro de 2014

LÍNGUA DE SERPENTE

“sexta-feira, 30 de novembro de 2012

ESCRAVO E SENHOR DAS PALAVRAS

"O homem é dono do que cala e escravo do que fala. Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo." Deparei-me com essa espetacular citação de Freud, postada por um colega em uma rede social e me surpreendi com tanto conteúdo em tão poucas palavras. Como é nobre esse poder de sintetizar toda uma situação em duas linhas! Como é genial provocar uma reflexão em nosso comportamento falando tão pouco!

Bem, voltando ao assunto da citação, muitas vezes nos vemos em meio a um mundo de fofocas, de jogos de intrigas, de invejas. E lá está aquele tipo de pessoa má, que não perde uma oportunidade para cutucar, para denegrir, para fazer um pré-julgamento, para incitar todos contra um alvo que não tem a mínima chance de defesa. E muitos de nós embarcamos nesse jogo, nos tornamos “inimigos” de alguém que sequer conhecemos. De uma hora para outra passamos a não gostar de uma pessoa, como se ela tivesse feito coisas terríveis.

Há um caminho para evitar que isso aconteça? Sim, há. Não só um caminho, mas algumas alternativas. A mais simples, e talvez a que ofereça uma solução paliativa apenas, é tirar de seu convívio a pessoa que age dessa forma. Resolve por um lado, já que evita o contato com gente assim, mas não é uma solução, digamos, altruísta. O outro caminho possível é manter essa é pessoa por perto, ignorando esse tipo de conversa e desmotivando atitudes assim. Mostrar que esse tipo de comportamento em nada engrandece, em nada acrescenta, pelo contrário, só gera inimizades, só traz consequências danosas.

Falar dos outros, procurar sempre a culpa do lado de lá, deixar de olhar para si, nada mais é do que uma espécie de defesa, defesa de pessoas fracas, de pessoas infelizes, pessoas com questões mal resolvidas. É justo deixar essas pessoas se afundarem ainda mais? Há quem não ligue, há quem ache que o melhor caminho é se afastar. Não concordo. Acredito ser possível mudar comportamentos com exemplos, com ações, com palavras. Não custa tentar. É bom acreditar na mudança de alguém, acreditar que podemos tirar uma pessoa de uma situação ruim, mostrar a ela que há um caminho diferente do rancor, do ódio indiscriminado.

Quer seja Pedro, quer seja Paulo. Fazer o bem sem olhar a quem, como já dizem as vovós por aí. Releve algumas coisas, vale até mesmo engolir um sapo aqui, outro ali, evitando conflitos que não levam a lugar algum. Durma tranquilo sabendo que não alimenta ódio por ninguém, que tentou fazer seu melhor sem interesses em obter vantagens. A vantagem maior é ter sua consciência limpa sempre.

É isso. “

(Victor Rosa)


É esse tipo de procedimento que provoca animosidades que podem até levar à guerras seculares, que tal um cristão evangélico implodir a basílica de São Pedro em Roma? Ou o Muro das Lamentações em Jerusalém?

“Artista "implode" Templo de Salomão e questiona "nova Jerusalém" no Brasil

Do UOL, em São Paulo

03/09/201415h30

O Templo de Salomão, inaugurado pela Igreja Universal do Reino de Deus no início de agosto, já não existe mais --ao menos na obra da artista israelense Yael Bartana. O local aparece sendo implodido na ficção "Inferno", um curta de 22 minutos que será exibido na 31ª Bienal de Artes de São Paulo, que acontece entre os dias 6 de setembro a 7 de dezembro.

Para simular a destruição do Tempo, a artista recriou o interior do local dentro do galpão de uma escola de samba, em São Paulo. Com ajuda de efeitos visuais, o vídeo mostra o Templo desmoronando completamente, dando lugar a um grande Muro das Lamentações, em pleno centro da capital paulista.

Segundo Bartana, a ideia de destruir o local no filme surgiu quando ela soube que o bispo Edir Macedo estava construindo uma versão dos templos que existiram em Jerusalém. A artista queria, assim, descobrir o que significava, nas palavras dela, "o anseio de se construir um terceiro templo seguido da destruição histórica dos dois templos anteriores".

O primeiro templo foi destruído em 584 A.C. e o segundo, em 64 D.C, dando origem ao Muro das Lamentações. Com a ideia de trazer a Terra Santa aos fiéis, o Templo, em São Paulo, é coberto com pedras importadas de Jerusalém.

Bartana questiona as razões da chegada de um novo Messias nos dias de hoje e se a presença da "nova Jerusalém" no Brasil não revela seu "destino iminente de destruição". "O Tempo é um emaranhado entre transcrições bíblicas primárias e crenças messiânicas contemporâneas, que captam a realidade e a ficção de uma maneira similar aos esforços de antigos imperadores, bem como governantes onipotentes atuais", observa.

"Será que a aspiração de estabelecer um Terceiro Templo encarna em si uma indicação preliminar de um final fatal e um estado de devastação? Ou, talvez, estamos nos aproximando de um momento na história em que as orações de pessoas religiosas de todos os cantos do mundo são respondidas com a chegada do Messias no Brasil?", questiona ela.

http://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2014/09/03/artista-implode-templo-de-salomao-e-questiona-nova-jerusalem-no-brasil.htm